Já é mais do que hora de mudar e disso eu já sabia, mas no fundo mesmo eu preciso confessar que não queria saber disso. Não queria aceitar essa ideia na minha cabeça.
Pra mim ia ser tão triste olhar para fora e ver meus livros e discos dentro de caixas de papelão, minhas coisas juntas em alguma coisas para transporta-las, minhas malas feitas com as poucas roupas em que eu tenho.
Ver meus livros indo, tudo saindo do lugar como se a gravidade da Terra não houvesse mais, como se tudo fosse carregado pelo vento como as folhas secas que caem no outono, como as flores da primavera. Como se as páginas de mim estivessem sendo molhadas e se apagando, como se meu all star azul estivesse sendo levado pela enchorrada que percorre a beira do meio fio quando tem chuva de verão.
No fundo mesmo quando veio mesmo a minha hora de partir eu me segurei e não chorei mas por dentro eu estava mal. Meu peito estava quase rasgando ao meio e meu coração estava se partindo como os gomos de uma laranja.
Minhas mãe chorou ao me ver partir mas ela sabe que sou mais um pássaro que cresce e quer voar par longe, mais um peixinho querendo se aventurar no lago da vida, no rio das vontades, sou mais um pequeno peregrino. Eu só quero que ela possa realmente confiar na sua criação e ver que no mundo onde eu vivo só o amor é lei pois me ensinou assim.
E eu fui...
Rumo à estrada da vida.
Mas quando eu realmente fui eu chorei à me ver partir.
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